Segunda-Feira, 03 de Novembro de 2025 às 18:00:00
Iniciativa do Governo de Sergipe une formação musical, empoderamento e valorização da tradição nordestina









Começaram nesta segunda-feira, 3, as aulas do projeto “Sanfoneiras de Sergipe”, iniciativa do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap). Voltado à formação musical e ao empoderamento feminino, o projeto oferece aulas gratuitas de sanfona para mulheres a partir dos 18 anos, no Complexo Cultural Gonzagão, em Aracaju.
Com duração de seis meses, o curso será dividido em turmas e ministrado pelo músico Lucas Campelo, unindo teoria e prática para aproximar as participantes da tradição do forró, expressão reconhecida como Patrimônio Imaterial Nacional pelo Iphan. A iniciativa busca não apenas estimular a formação artística, mas também fortalecer a representatividade feminina na cultura nordestina.
A secretária de Estado da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Danielle Garcia, destacou que o início das aulas marca uma nova etapa de fortalecimento das políticas públicas voltadas ao protagonismo feminino e à cultura popular.“Esse momento representa mais uma fase desse projeto grandioso, que reafirma o compromisso do Governo de Sergipe em ampliar oportunidades e valorizar o talento feminino em todas as áreas. Ao aprenderem a tocar sanfona, essas mulheres reafirmam seu espaço na música, na cultura e na sociedade”, afirmou.
Para o presidente da Funcap, Gustavo Paixão, o projeto representa um passo importante na consolidação de políticas públicas voltadas à cultura e à igualdade de gênero.“Ver esse sonho se tornando realidade é algo que nos emociona. O projeto ‘As Sanfoneiras de Sergipe’ nasce com o propósito de valorizar a mulher nordestina, sua força e sensibilidade artística, ao mesmo tempo em que preserva uma das expressões culturais mais significativas do nosso país. É um movimento de formação, inclusão e, sobretudo, de resistência cultural”, destacou.
O professor de música Lucas Campelo, responsável por conduzir as aulas do projeto, destacou a importância da iniciativa como um marco para a formação e representatividade feminina na cultura sergipana. “É muito importante realizar uma ação como essa, que envolve mulheres de todas as idades interessadas em adentrar de forma mais profunda no universo musical, especialmente o da sanfona, do forró e da cultura sergipana. As mulheres fazem tudo acontecer, e nada mais justo do que ocuparem também esse espaço que, por muito tempo, foi dominado por homens. Estamos todos muito felizes e ansiosos para contribuir com esse projeto inédito e transformador”, ressaltou.
Encantamento geral
O primeiro dia de aula foi marcado pela empolgação e pelo brilho nos olhos das novas sanfoneiras. As participantes conheceram o espaço, manusearam os instrumentos e vivenciaram as primeiras atividades do curso. Entre acordes, sorrisos e muita emoção, o sentimento era unânime: a alegria de fazer parte de um projeto que une aprendizado, cultura e representatividade.
Aos 76 anos, Salete Oliveira carrega uma trajetória marcada pelo amor à música. Já familiarizada com instrumentos como a flauta e o violão, Salete contou que aprender sanfona sempre foi um sonho antigo e que agora se torna realidade. “Sempre gostei de música, já toquei flauta e um pouco de violão, mas a sanfona sempre foi um mistério pra mim. Eu vivia dizendo em casa que tinha vontade de aprender, e aí surgiu esse lindo projeto. Fui classificada e estou super animada pra começar a tocar esse instrumento tão lindo. Desde o dia em que me inscrevi fiquei ansiosa por esse momento”, relatou.
A confeiteira Célia dos Santos contou que sempre sonhou em aprender a tocar sanfona e viu no projeto a oportunidade perfeita para realizar esse desejo. “Tinha muita vontade de aprender a tocar sanfona, é um instrumento encantador. Quando vi o projeto na televisão, senti na hora o desejo de me inscrever. E hoje, vivendo o meu primeiro dia de aula, estou muito feliz e realizada”, pontuou.
Gilzanira de Lima, de 68 anos, realizou um sonho que carregava desde a infância. Ela conta que sua inspiração para se inscrever no projeto veio de sua primeira professora, que tocava sanfona, e, desde então, o instrumento passou a ocupar um lugar especial em sua vida. “Desde criança sou apaixonada pela sanfona e sempre quis aprender, mas nunca tive oportunidade. Minha inspiração foi a minha primeira professora, que tocava sanfona e despertou em mim esse amor. Hoje, aos 68 anos, estou realizando esse sonho graças a esse maravilhoso projeto do Governo do Estado. É bonito ver tantas mulheres de idades diferentes unidas por um mesmo propósito. Nunca vi um governo que se preocupasse tanto com as mulheres e com a cultura quanto esse”, frisou.
Já a professora Laíse Cassiano contou que o projeto representa um verdadeiro recomeço em sua vida. Após o diagnóstico de uma doença, ela encontrou na música uma nova fonte de esperança e motivação. “Esse projeto chegou como um presente. Depois de descobrir a doença, eu precisava de algo que me fizesse sentir viva novamente, e aqui eu encontrei isso. Participar das aulas, aprender sanfona, estar cercada de tantas mulheres inspiradoras, tudo isso me dá motivos para sorrir e seguir em frente com alegria”, completou.