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Pesquisa descobre que insetos estão se refugiando em ‘abrigos’ para sobreviver aos incêndios

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Pesquisa analisou estruturas em árvores carbonizadas após incêndios no Cerrado e descobriu lavas de insetos vivas.
Por Redação g1

27/05/2025 10h34 Atualizado há 2 dias

Larvas de insetos estavam em estruturas carbonizadas, mas sobreviveram — Foto: Arquivo Pessoal/Jean Carlos Santos
Larvas de insetos estavam em estruturas carbonizadas, mas sobreviveram — Foto: Arquivo Pessoal/Jean Carlos Santos

Uma pesquisa descobriu que insetos estão criando “abrigos” para sobreviver aos incêndios florestais no Brasil. O país tem vivido um ciclo de chamas em vários de seus biomas, e os animais parecem estar buscando maneiras de resistir ao avanço do fogo.

O estudo, conduzido pela Universidade Federal de Sergipe, analisou galhas — estruturas que se formam em relevo nas árvores pelo depósito de larvas de insetos e parasitas. A área com as larvas passa por um crescimento “anormal” e, com isso, abriga os insetos que a provocaram, protegendo os recém-nascidos de predadores.

Após um incêndio devastador que atingiu uma área de preservação no Cerrado, em Minas Gerais, e queimou por mais de 24 horas, os pesquisadores colheram algumas dessas galhas e descobriram que, apesar de queimadas por fora, elas ainda guardavam larvas vivas.

Larvas vivas estavam em área devastada pelo fogo em 2012 — Foto: Arquivo Pessoal/Jean Carlos Santos
Larvas vivas estavam em área devastada pelo fogo em 2012 — Foto: Arquivo Pessoal/Jean Carlos Santos

Para entender como isso foi possível, eles coletaram galhas de 40 árvores — algumas que haviam sido expostas ao fogo e outras que não. As galhas das áreas queimadas estavam em uma altura atingida por calor intenso e a maioria apresentava sinais de carbonização. (Veja a imagem acima)

Ao analisarem as amostras, os pesquisadores descobriram que 66% das larvas abrigadas em galhas sobreviveram. Em 20 dessas galhas, todas as larvas resistiram às chamas.

A pesquisa levanta o questionamento: com a reincidência de incêndios no Cerrado, os insetos estariam modificando a forma de construir galhas, tornando-as mais espessas para garantir a sobrevivência da espécie? Ou seja, estariam buscando formas de adaptação ao fogo? A proposta dos autores é que esse achado incentive novas pesquisas.

No último ano, 9,7 milhões de hectares foram queimados no Cerrado — 85% dessa área de vegetação nativa, principalmente formações savânicas. Em comparação com 2023, houve um aumento de 91% na área queimada. Foi o maior incêndio desde 2019.

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