Homem que detonou explosivos próximo ao STF alugou casa no DF; artefatos explosivos foram encontrados, diz polícia
Polícia fez buscas no local na madrugada desta quinta-feira (14). Boletim de ocorrência da Polícia Civil confirma que homem que morreu é Francisco Wanderley Luiz.
Por Michele Mendes, Mara Puljiz, Rita Yoshimine, TV Globo
14/11/2024 06h27 Atualizado há 11 minutos
Homem detona explosivos e morre em frente ao STF
O homem que morreu após detonar explosivos próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF) alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, conforme apurado pela TV Globo. A região fica a 30 km da Praça dos Três Poderes. A polícia fez buscas no local na madrugada desta quinta-feira (14).
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O porta-voz da PMDF, Raphael Van Der Broocke, informou, na manhã desta quinta-feira, que foram encontrados artefatos explosivos na casa. Eles são do mesmo tipo dos usados em frente ao STF, ainda de acordo com o militar.
Homem que detonou explosivos próximo ao STF alugou casa no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
Homem que detonou explosivos próximo ao STF alugou casa no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
Testemunhas relataram duas explosões na noite desta quarta-feira (13). Momentos antes, outras explosões aconteceram em um carro que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
O carro está no nome de Francisco Wanderley Luiz, segundo o delegado-geral de Santa Catarina, Ulisses Gabriel. O boletim de ocorrência da Polícia Civil do DF confirma que o homem que morreu é o dono do carro.
Até a última atualização desta reportagem, o corpo dele não havia sido retirado do local por questões de segurança e para preservar provas, segundo a Polícia Militar. A Praça dos Três Poderes está interditada para a circulação de carros.
Homem que detonou explosivos próximo ao STF alugou casa no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
Homem que detonou explosivos próximo ao STF alugou casa no DF — Foto: TV Globo/Reprodução
O que se sabe sobre o caso:
Por volta das 19h30 desta quarta, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas, havia fogos de artifício e tijolos.
O veículo tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O dono é Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa). Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás.
Cerca de 20 segundos após o episódio no estacionamento, um homem morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes (que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto). Até a última atualização desta reportagem, o corpo não havia sido retirado do local.
Segundo o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, a vítima da explosão foi identificada como sendo Francisco Wanderley Luiz, o proprietário do veículo que também explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.
Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. A blusa foi lançada na estátua em frente ao Supremo. Quando o segurança tentou se aproximar, o homem “abriu a camisa” e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram. Depois, ele se deitou no chão, acendeu o último artefato e colocou na cabeça como um travesseiro.
No Boletim de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, “manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições”.
O esquadrão antibombas foi ao local para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu.
No momento do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas.
A sessão do STF já tinha terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava mais no Planalto – e não houve ordem para evacuar o prédio. A segurança do palácio vai ser reforçada com integrantes do Exército.
Depois do episódio, ele se reuniu com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, também foi à residência presidencial.
A PF abriu inquérito para apurar as explosões, que será enviado a Alexandre de Moraes.
Testemunhas relataram que “o barulho foi muito alto” e que viram “o pessoal correndo”.
Após explosão de carro, homem percorreu 400 metros até morrer em nova detonação diante do STF
Infográfico mostra o trajeto que separa os dois locais
Por O GLOBO — Rio de Janeiro
14/11/2024 03h30 Atualizado há 4 horas
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Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado
Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado — Foto: Cristiano Mariz
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Uma distância de cerca de 400 metros separa os locais em que o corpo de Francisco Wanderley Luiz foi encontrado, na Praça dos Três Poderes, e em que um carro pegou fogo na noite desta quarta-feira, em Brasília. Ao menos duas explosões foram ouvidas nas imediações das sedes dos Poderes na capital federal.
Saiba mais detalhes: Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado
Veja a foto: Homem morto na Praça dos Três Poderes usava paletó com naipes de baralho
De acordo com a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, o homem chegou a tentar entrar no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) com artefatos explosivos, e acabou sendo vitimado em seguida pela detonação.
Infográfico mostra distância entre explosões na Praça dos Três Poderes: um homem morreu nas imediações do STF, após incêndio em carro estacionado — Foto: Editoria de Arte
Infográfico mostra distância entre explosões na Praça dos Três Poderes: um homem morreu nas imediações do STF, após incêndio em carro estacionado — Foto: Editoria de Arte
Pouco antes da explosão nas cercanias do STF, um carro pegou fogo, no estacionamento do anexo IV da Câmara dos Deputados. Na mala do veículo, segundo policiais que atenderam a ocorrência, foi encontrada “uma bomba caseira”, com objetos explosivos e tijolos.
Testemunhas presentes na Praça dos Três Poderes afirmam ter avistado o homem seguindo em direção ao prédio do STF, e que em seguida ouviram duas explosões, separadas por um intervalo de cerca de 20 segundos.
O veículo estava registrado em nome de Francisco, que concorreu a vereador em 2020, pelo PL, no município de Rio do Sul (SC). O dono do carro já havia feito ameaças a autoridades e referências a explosões em suas redes sociais.
Em uma das publicações, ele diz que a Polícia Federal tem “72 horas” para “desarmar a bomba” e cita a casa de políticos e autoridades. Em outra, o homem cita o dia 13 de novembro, esta quarta-feira, e fala em “grande acontecimento”.
A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar as explosões ocorridas na noite desta quarta-feira na Praça dos Três Poderes. O caso é considerado “grave” e a decisão de a PF entrar no caso foi tomada rapidamente. Ela se justifica pelo fato de o ataque ter ocorrido em órgão público federal.
Após as explosões, a segurança do STF cercou o prédio da Corte com grades, e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) iniciou uma varredura no entorno do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto no momento das explosões, mas no Palácio da Alvorada, a cerca de 4 quilômetros do local.
Explosões perto do STF: o que se sabe e o que falta esclarecer
Artefatos foram detonados em um carro no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados e em frente ao STF, na noite de quarta-feira (13). Homem morto na Praça dos Três Poderes era o dono de veículo com explosivos.
Por Ederson Hising, g1
14/11/2024 03h00 Atualizado há 34 minutos
Homem detona explosivos e morre em frente ao STF
Um homem morreu após uma explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta-feira (13). Momentos antes, outras explosões aconteceram em um carro que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
O intervalo entre as explosões nos dois locais foi de 20 segundos. Bombeiros e militares especializados em explosivos estão no local para fazer uma varredura. Até a última atualização desta reportagem, o corpo de Francisco Wanderley Luiz não havia sido retirado.
A Polícia Militar do Distrito Federal faz uma varredura, na manhã desta quinta-feira (14), na Praça dos Três Poderes. Por conta disso, as atividades no Supremo e na Câmara foram suspensas até o meio-dia. Já o Senado decidiu cancelar o expediente. O Planalto ainda não informou se agenda de Lula será mantida.
Polícia faz varredura na Praça dos Três Poderes para verificar se há mais explosivos — Foto: TV Globo/Reprodução
Polícia faz varredura na Praça dos Três Poderes para verificar se há mais explosivos — Foto: TV Globo/Reprodução
Confira abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso.
Foram quantas explosões?
Quem era homem que morreu?
Quais artefatos foram usados?
O que aconteceu antes das explosões?
Quem está investigando o caso?
O que dizem as testemunhas?
Como estão os locais das explosões?
Alguém mais ficou ferido?
O que acontecia nos prédios dos três poderes?
Pontos que faltam ser esclarecidos
Praça dos Três Poderes, em Brasília, é isolada após explosões; uma pessoa morreu — Foto: Eraldo Peres/AP
Praça dos Três Poderes, em Brasília, é isolada após explosões; uma pessoa morreu — Foto: Eraldo Peres/AP
1 – Foram quantas explosões?
Não havia um número exato de explosões até a última atualização desta reportagem. Porém, é possível afirmar que foram dois eventos principais com explosões, em um intervalo de 20 segundos. Primeiro, às 19h30, em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados. Na sequência, outra explosão que matou um homem em frente ao STF.
2 – Quem era o homem que morreu?
De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, a vítima da explosão foi identificada como sendo Francisco Wanderley Luiz, o proprietário do veículo que também explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
O carro tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa).
Francisco Wanderley Luiz — Foto: Reprodução/Redes sociais
Francisco Wanderley Luiz — Foto: Reprodução/Redes sociais
3 – Quais artefatos foram usados?
Até a última atualização desta reportagem, não havia informações oficiais sobre quais tipos de artefatos explosivos foram usados pelo homem. O esquadrão antibombas foi acionado e fez uma varredura nos locais.
No porta-malas do veículo do homem foram encontrados materiais parecidos com explosivos e tijolos, além de outros objetos. Também foram registradas imagens com fogo e fumaça no veículo. Parte das explosões no carro se parecia com fogos de artifício.
4 – O que aconteceu antes das explosões?
Antes da explosão em frente ao STF, o Francisco Wanderley Luiz tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou outro explosivo na nuca.
Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. Quando o segurança tentou se aproximar, o homem “abriu a camisa” e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram antes dele se deitar no chão.
No Boletim de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, “manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições”.
Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás. O Boletim de Ocorrência afirma que na casa, que passava por perícia até a última atualização desta reportagem, policiais encontraram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Francisco. Uma testemunha informou aos policiais que o homem esteve no local e usava uma “carretinha” no veículo.
5 – Quem está investigando o caso?
A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar as explosões, que será enviado ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Um inquérito sobre o caso também foi aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal.
6 – O que dizem as testemunhas?
No momento do ocorrido, a funcionária do Tribunal de Contas da União (TCU) Layana Costa estava em um ponto de ônibus em frente ao STF. Segundo ela, um homem passou, segurando uma sacola, e acenou com “um joinha”. Os relatos das testemunhas foram de barulho muito alto das explosões.
A mulher afirma que, em seguida, ouviu a primeira explosão e, ao olhar para trás, viu que o homem jogou algo perto da estátua da Justiça e logo caiu. “Do nada a gente ouviu o barulho, eu olhei para trás e saiu fogo. Aquela fumaça”, afirmou.
Carlos Monteiro, dono de um food truck no estacionamento do anexo IV da Câmara dos Deputados, onde houve a explosão de um carro, contou que viu o carro pegando fogo.
“Me informaram que ele parou o carro, tirou as coisas de dentro do porta mala e desceu com mochila nas costas e, de repente, a gente escutou as explosões, quando foi olhar, um fumaceiro muito forte, carro pegando fogo e ficamos sabendo que teve esse óbito”, disse.
7 – Como estão os locais das explosões?
Logo após as explosões, o perímetro da Praça dos Três Poderes foi isolado pelos policiais. O esquadrão antibombas foi até lá para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu. A segurança foi reforçada.
Além da parte externa, os prédios do STF passarão por uma varredura completa para verificação de eventuais artefatos na madrugada e manhã desta quinta-feira (14). O expediente foi suspenso até o meio-dia em todos os prédios, e a situação será reavaliada ao longo da manhã.
Todas as atividades administrativas e legislativas da Câmara dos Deputados também foram suspensas ao menos até o meio-dia desta quinta.
8 – Alguém mais ficou ferido?
Além da morte de Francisco Wanderley Luiz, não havia informações de pessoas feridas até a última atualização desta reportagem.
9 – O que acontecia nos prédios dos três poderes?
No momento do incidente, ocorriam sessões na Câmara e no Senado, que foram suspensas. A sessão do STF já havia terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança. O presidente Lula não estava mais no Planalto — e não houve ordem para evacuar o prédio.
10 – Pontos que faltam ser esclarecidos
Quais ou quem eram os alvos das explosões?
Qual a motivação para explodir os artefatos?
Quais tipos de artefatos explosivos foram usados?
Onde os explosivos foram adquiridos?
O homem agiu sozinho ou há mais pessoas envolvidas?
Quando ele visitou os locais antes das explosões?
O que havia dentro da casa alugada em Ceilândia?
Desde quando ele estava no Distrito Federal?
O homem conversou ao telefone com alguém antes das explosões?
O que havia no colete preso ao corpo dele?
Das ameaças nas redes à ‘bomba caseira’: entenda a dinâmica envolvendo as explosões na Praça dos Três Poderes
Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso
Por Mariana Muniz, Geralda Doca, Sérgio Roxo, Eduardo Gonçalves, Renata Agostini, Gabriel Sabóia, Lauriberto Pompeu, Patrik Camporez, Jeniffer Gularte, Sarah Teófilo e Manoel Ventura — Brasília
14/11/2024 03h30 Atualizado há 3 horas
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Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado
Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado — Foto: Cristiano Mariz
RESUMO
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A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar duas explosões que deixaram um morto na quarta-feira à noite na Praça dos Três Poderes, em Brasília. De acordo com a Polícia Militar, houve um “autoextermínio com explosivo” nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF). Os ministros deixaram a Corte por orientação da equipe de segurança logo após o ocorrido, e a sessão da Câmara dos Deputados foi suspensa. Após encerrar as votações, o Senado também foi evacuado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava no Palácio da Alvorada, a quatro quilômetros da área, no momento em que as bombas estouraram e, em seguida, se reuniu com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e os ministros do STF Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin. A Polícia Civil do Distrito Federal investiga o caso. A segurança do Palácio do Planalto foi reforçada.
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O inquérito ficará a cargo de Moraes, pois a Polícia Federal avalia que podem existir conexões com as investigações sobre os atos de 8 de janeiro e das milícias digitais. O episódio reforça o debate sobre a proteção da sede dos Três Poderes um ano e dez meses após os ataques golpistas .
Um carro com placa de Santa Catarina pegou fogo no estacionamento do anexo IV da Câmara dos Deputados pouco antes da explosão nas cercanias do STF. Autoridades apuram a conexão entre os dois episódios, mas a suspeita é que o dono do veículo, Francisco Wanderley Luiz, provocou o incêndio no automóvel, seguiu pela Praça dos Três Poderes e morreu após a detonação do artefato perto da Corte. Policiais do Distrito Federal e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) fizeram varreduras em busca de outras bombas na Praça dos Três Poderes e no entorno do Alvorada, residência oficial da Presidência. A Esplanada dos Ministérios foi fechada.
Locais das explosões — Foto: Editoria de Arte
Locais das explosões — Foto: Editoria de Arte
Bomba caseira
O episódio é considerado “grave” pela PF, e a decisão de entrar no caso foi tomada rapidamente. Ela se justifica pelo fato de o ataque ter ocorrido em órgão público federal. Em nota, a corporação afirmou que policiais do Comando de Operações Táticas (COT) foram acionados, além de peritos e agentes do grupo antibombas.
— Há indícios de que a mesma pessoa que ocasionou uma explosão aqui (perto da Câmara) correu para o STF — afirmou o Sargento Santos, da Polícia Militar do DF, que desarmou o explosivo no porta-malas do carro. — Era uma bomba caseira, com pólvora e tijolos. O suspeito tentou causar uma grande explosão e não conseguiu.
Nas redes sociais do suspeito, há publicações com ameaças a autoridades e um possível aviso sobre as explosões. Em uma das imagens, ele diz que a PF tem “72 horas” para “desarmar a bomba”. Em outra, o homem cita o dia 13 de novembro, quarta-feira, e fala em “grande acontecimento”. O suspeito, que foi derrotado na eleição de 2020 quando tentou ser vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, postou uma foto no plenário do STF e escreveu que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. Em outras mensagens, ele fez referências a militares, políticos e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo o governo do Distrito Federal, uma perícia vai ser feita para checar se o homem que morreu é o mesmo que aparece registrado como o dono do carro.
Testemunhas
As explosões ocorreram no momento em que havia movimentação de trabalhadores voltando para casa. A servidora do Tribunal de Contas da União (TCU) Layana Costa estava esperando o ônibus na frente do Congresso, quando viu o homem se dirigir ao STF. Ele levava uma sacola e chegou a dar um “joinha” para quem estava no ponto do ônibus.
Ela ouviu uma primeira explosão e viu os seguranças do Supremo correrem em direção ao homem. Depois, houve um segundo estouro. Nessa hora, ele teria caído no chão.
— Ele passou fazendo um sinal para a gente. Ouvi duas explosões — disse ela.
A vendedora ambulante Tais Silva presenciou o momento das explosões. Ela tem uma barraca de bolos e sanduíches no túnel que liga a Câmara à Praça dos Três Poderes.
— Teve uma primeira explosão na Câmara. Achei que era só um curto circuito, mas depois ouvi mais explosões na frente do Supremo. Achei que era um atentado e fiquei com medo — disse ela.
Ailton Bezerra, que faz bicos nas imediações da Câmara, diz conhecer o dono do veículo que explodiu no estacionamento. Ele conta que na quarta-feira conversou com o suspeito e que viu quando ele saiu rumo à Praça dos Três Poderes com um paletó cheio de corações verdes. Segundo Ailton, ele pegou uma mochila no veículo antes.
‘Fortes estrondos’
No STF, o plenário foi evacuado após as explosões — alguns ministros ainda permaneciam no local após o fim da sessão. Em nota, o STF afirmou que “dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança”. O texto diz ainda que “servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela”. A nota acrescenta que “mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos” e que “a Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF.”
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, conversou por telefone com Lula, Andrei Rodrigues e com a vice-governadora do DF, Celina Leão, além de ter falado por mensagens com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que está na Itália. Barroso acompanha os desdobramentos junto à segurança do STF. Ibaneis tem volta prevista para Brasília na sexta-feira e afirmou que acompanha o caso remotamente “desde o início”.
No Alvorada, de onde conversou com Barroso, Lula estava com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no momento das explosões. Eles estavam reunidos para tratar dos detalhes do corte de gastos, que será anunciado depois das reuniões do G20.
— Vivemos um tempo de violência política — afirmou Haddad ao GLOBO, após deixar o Alvorada.
Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ter conversado com a vice-governadora do DF após as explosões.
— Claro que desde o 8 de Janeiro mudaram todos os padrões de segurança dos prédios dos três Poderes. Vamos avaliar (se será necessária mais mudanças). Estão investigando os arredores porque, obviamente, o risco não está totalmente descartado. É momento de se aferir as circunstâncias e ter a cautela devida.
O ministro do STF Flávio Dino, que era o ministro da Justiça nos atos do 8 de Janeiro, se manifestou nas redes sociais após o episódio. “A Justiça segue firme e serena. Orgulho de servir ao Brasil na Casa da Constituição: o Supremo Tribunal Federal”, escreveu.
Homem deitou no chão, acendeu artefato e aguardou explosão, relata vigilante do STF em depoimento à polícia
Lula estava no Palácio da Alvorada no momento, a quatro quilômetros do local; STF diz que ministros deixaram a Corte em ‘segurança’
Por Eduardo Gonçalves e Patrik Camporez — Brasília
14/11/2024 00h35 Atualizado há 3 minutos
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Explosões deixaram um morto na Praça dos Três Poderes
Explosões deixaram um morto na Praça dos Três Poderes — Foto: Cristiano Mariz
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Um vigilante do Supremo Tribunal Federal (STF) relatou, em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, ter presenciado o momento em que o homem explode bombas na Praça dos Três Poderes.
Investigação: PF instaura inquérito para apurar explosões na Praça dos Três Poderes
No STF: Após explosões, gabinete de Alexandre de Moraes orientou servidores a deixarem prédio do STF
Posteriormente, o homem foi identificado como Francisco Wanderley Luiz. O depoimento de Nataniel Camelo aponta que o Luiz se aproximou e ficou parado em frente na estátua da Justiça.
“O indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua. O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, o indivíduo abriu a camisa os advertiu para não se aproximarem”, diz trecho do Boletim de Ocorrência da Polícia Civil.
O vigilante visualizou um objeto semelhante a um relógio digital, que o segurança acreditou tratar-se de uma bomba. O segurança estava sozinho quando o homem se aproximou. As explosões na Câmara e no STF ocorreram em momentos bem próximos.
“O indivíduo deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”, afirma o BO.
Duas explosões na Praça dos Três Poderes deixaram um morto e um carro incendiado na noite desta quarta-feira. A área foi cercada por policiais, o prédio do Supremo Tribunal Federal foi evacuado e a sessão da Câmara foi suspensa. A Polícia Civil investiga o caso, e a Polícia Federal já abriu um inquérito.
Praça dos Três Poderes é evacuada após aparente explosão
Praça dos Três Poderes é evacuada após aparente explosão
Um corpo foi encontrado nas proximidades da Corte. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, houve um “autoextermínio com explosivo”.
Anexo da Câmara dos Deputados é isolado após explosões — Foto: Gabriel Sabóia/Agência O Globo
Anexo da Câmara dos Deputados é isolado após explosões — Foto: Gabriel Sabóia/Agência O Globo
Após as explosões, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) iniciou uma varredura no entorno do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto no momento das explosões, mas no Palácio da Alvorada, a quatro quilômetros da área. É no Alvorada também onde ele está reunido agora com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Após o ocorrido, o presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso, falou por telefone com Lula e com Rodrigues, além da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. Barroso também trocou mensagens com o governador do DF, Ibaneis Rocha, que está na Itália.
Carro com explosivos nas proximidades do anexo IV da Câmara — Foto: Divulgação
Carro com explosivos nas proximidades do anexo IV da Câmara — Foto: Divulgação
Policiais cercaram a Praça dos Três Poderes e pediram que as pessoas se afastassem No prédio da Corte, o plenário foi evacuado e a orientação é que ninguém fique próximo às janelas. Além disso, um carro pegou fogo nas proximidades do Anexo IV da Câmara, e policiais também fizeram uma varredura para saber se há explosivos em outros carros.
Carro pega fogo no Anexo da Câmara
Carro pega fogo no Anexo da Câmara
Testemunhas relatam explosões
Autoridades apuram a conexão entre a explosão do carro e o homem-bomba. A suspeita é que o dono do veículo, Francisco Wanderley Luiz, provocou o incêndio no automóvel, seguiu pela Praça dos Três Poderes e morreu após a detonação do artefato perto da Corte. Policiais do Distrito Federal e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) fizeram varreduras em busca de outras bombas na Praça dos Três Poderes e no entorno do Alvorada, residência oficial da Presidência. A Esplanada dos Ministérios foi fechada. Wanderley foi candidato a vereador em 2020 pelo PL em Santa Catarina.
Em nota, o STF afirmou que “dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança”. O texto diz ainda que “servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela”. A nota acrescenta que “mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos” e que “a Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF.”
A servidora do Tribunal de Contas da União (TCU) Layana Costa estava esperando o ônibus na frente do Congresso Nacional, quando viu o homem se dirigir ao STF Ele levava uma sacola e chegou a dar um “joinha” para quem estava no ponto do ônibus.
Testemunha relata explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal
Testemunha relata explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal
De repente, ela ouviu uma primeira explosão e viu os seguranças do Supremo correrem em direção ao homem. Depois, houve um segundo estouro. Nessa hora, o homem teria caído no chão.
— Ele passou fazendo um sinal para a gente. Ouvi duas explosões — disse ela.
A vendedora ambulante Tais Silva presenciou o momento das explosões. Ela tem uma barraca de bolos e sanduíches no túnel que liga a Câmara à Praça dos Três Poderes.
— Teve uma primeira explosão na Câmara. Achei que era só um curto-circuito, mas depois ouvi mais explosões na frente do Supremo. Achei que era um atentado e fiquei com medo — disse ela.
A Câmara e o Senado também iniciaram, após uma hora das explosões, o processo de evacuação. Deputados fizeram um minuto de silêncio.
Planalto, STF, Congresso e residências oficiais reforçam segurança após explosões
Esplanada será fechada nesta quinta após bombas serem disparadas na Praça dos Três Poderes
Por O Globo — Brasília
14/11/2024 02h00 Atualizado há 3 minutos
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Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado
Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado — Foto: Cristiano Mariz
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Esta quinta-feira começa com a segurança reforçada nos três Poderes da República reforçada após explosões na frente do Supremo Tribunal Federal (STF) que deixaram um morto e um carro incendiados na noite desta quarta. A Esplanada dos Ministérios estará fechada. As residências oficiais dos Poderes também foi reforçada.
Saiba mais detalhes: Explosões na Praça dos Três Poderes deixam um morto e um carro incendiado
Veja a foto: Homem morto na Praça dos Três Poderes usava paletó com naipes de baralho
As sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto passaram por uma varredura contra bomba e contam com mais policiais ao redor. Grades foram instaladas ao redor do Supremo.
“Os prédios do Supremo Tribunal Federal passarão por uma varredura completa para verificação de eventuais artefatos na madrugada e manhã desta quinta-feira (14). O expediente foi suspenso até o meio-dia em todos os prédios, e a situação será reavaliada ao longo da manhã”, diz o texto do STF.
No Planalto, foi acionado o Plano Escudo, que prevê o reforço de agentes e a atuação de militares do Exército.
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Marcos Antonio Amaro, disse que o Palácio do Planalto se encontra em segurança e que o presidente Lula poderá despachar no local amanhã, se assim desejar.
O expediente foi suspenso na manhã desta quinta no STF. As sessões da Câmara e do Senado foram suspensas.