Iniciativa controu com a presença de integrantes do Programa do Patrimônio Vivo



Nesta quinta-feira, 24, o Complexo Cultural Gonzagão, em Aracaju, foi palco da segunda edição da roda de debate ‘Sergipanidade, Patrimônio Cultural Imaterial e Memórias: Os Patrimônios Vivos da Cultura Sergipana’. O evento integra a programação do Festival da Sergipanidade, realizado pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e da Secretaria Especial da Cultura (Secult).
Mediada pelo doutor em Sociologia e estudioso das manifestações populares, Denio Azevedo, o debate contou com a participação da Mestra Zefinha, da Batucada Busca Pé (Estância); Mestre Diô, do Samba de Coco do Mosqueiro (Aracaju); Mestra Finha, da Dança de Roda do Quilombo Sítio Alto (Simão Dias); e do professor do Departamento de Museologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura, Fernando Aguiar, que representou a mestra Mãe Marizete, do Abassá São Jorge (Aracaju).
Os mestres presentes foram contemplados pela Lei dos Mestres, no âmbito do Programa do Patrimônio Vivo, que reconhece e impulsiona a atuação de pessoas que mantêm práticas culturais relevantes em Sergipe. A iniciativa prevê bolsa mensal equivalente a dois salários mínimos aos mestres selecionados, como medida de fomento à continuidade das atividades e de fortalecimento da cultura popular no estado.
O Mestre Diô, do Samba de Coco do Mosqueiro, em Aracaju, celebrou a iniciativa e avaliou como um momento importante de interação entre os mestres. “Estou participando pela primeira vez de um momento como esse e é bom demais para a gente se conhecer, pensar em coisas juntos, uma roda de samba, roda de guerreiro. Isso é muito bom e vamos continuar até quando Deus quiser”, afirmou.
Para a Mestra Finha, da Dança de Roda do Quilombo Sítio Alto, de Simão Dias, reunir os mestres em um momento como esse possibilita uma troca de saberes importante para a manutenção e valorização cultural do estado. “Eu acho uma ótima ideia porque quando a gente se encontra a gente troca ideia, um vai pegando a experiência do outro e assim a gente vai se fortalecendo e a nossa cultura vai se fortalecendo”, declarou.
Para o professor do Departamento de Museologia da UFS e vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura, Fernando Aguiar, representar a mestra Mãe Marizete é motivo de honra. “É com grande satisfação que participo destse evento de valorização dos saberes e dos conhecedores e transmissores dos sabores que são reconhecidos oficialmente pela Lei dos Mestres. A gente se sente lisonjeado porque é um momento de trocas e enaltece toda a política pública cultural do Governo do Estado, disse.
Para a assessora técnica da Diretoria de Políticas Culturais (Dicult) da Funcap, Grazzy Coutinho, o encontro possibilitou trocas únicas e atingiu o objetivo. “Nesses dois dias tivemos momentos bem intimistas com os nossos Mestres, onde eles contaram suas histórias, onde eles se emocionaram e puderam fazer um intercâmbio entre eles. As rodas de debate se transformaram em grandes laços culturais, inclusive com agenda feita de um visitar o grupo do outro”, celebrou.
Festival Sergipanidade
Com realização até o dia 26 de outubro, o Festival Sergipanidade foi concebido como uma grande comemoração do mês dedicado à identidade, à história e aos saberes do povo sergipano. O evento oferece uma programação inteiramente gratuita, espalhada por diversos espaços culturais do estado.
A programação destaca a experiência coletiva, valorizando debates, exposições, rodas de conversa, apresentações artísticas de dança, circo e teatro, lançamentos de livros e homenagens a personalidades e patrimônios vivos culturais.