Aracaju, 17 de novembro de 2025

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Huse realiza procedimento inédito de implante de válvula aórtica e amplia linha de cuidado cardiovascular

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Huse realiza procedimento inédito de implante de válvula aórtica e amplia linha de cuidado cardiovascular---17 DE NOVEMBRO 25

Sexta-Feira, 14 de Novembro de 2025 às 16:45:00

Implante marca avanço histórico na rede pública ao permitir tratamento menos invasivo para estenose aórtica em Sergipe

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Aos 85 anos, a itabaianense Aparecida Matilde dos Santos tornou-se a primeira paciente do Centro de Hemodinâmica Dr. José Augusto Soares Barreto, do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), a passar pelo Implante de Válvula Aórtica Transcateter (Tavi). O procedimento, inédito na Rede Pública Estadual de Saúde, representa um marco importante para a cardiologia intervencionista em Sergipe. Inaugurado há pouco mais de quatro meses, o serviço já ultrapassou mil procedimentos voltados às linhas de cuidado cardiovascular.

Aparecida relatou o caminho até chegar ao procedimento. “O cardiologista viu que eu tinha um problema no coração. Então, comecei o tratamento, fiz o cateterismo pelo SUS e, agora, vim para fazer essa cirurgia”, explicou. Ao falar sobre sua experiência no Huse, ela destacou o acolhimento recebido. “Achei ótimo, fui bem atendida, graças a Deus. Tanto os médicos como as enfermeiras me deram assistência. Todo mundo me tratou bem, conversou direitinho comigo. A área onde estou é boa e estou tranquila”, disse.

Avanço para a saúde pública

O coordenador da Hemodinâmica, Thiago Lopes, detalhou a gravidade da condição da paciente e o impacto da nova tecnologia. “A doença da válvula aórtica, a estenose aórtica, é muito grave. Leva a quadros de insuficiências cardíacas graves. A substituição da válvula é fundamental. Até bem pouco tempo atrás, o tratamento era exclusivamente cirúrgico, uma cirurgia de grande porte, que exige mais tempo de internação e recuperação”, afirmou.

Ele ressaltou que a técnica transcateter representa uma conquista tecnológica para o SUS. “A troca da válvula por via transcutânea é uma inovação dos últimos anos e representa um grande avanço para a saúde pública. O paciente do SUS não conseguia fazer esse tipo de tratamento. Este é o primeiro procedimento realizado em hospital público no estado de Sergipe. Hoje, a maioria dos procedimentos é feita sem intubação, com anestesia local e sedação leve. O paciente pode ir para casa em 48 a 72 horas. Isso reduz custos e acelera a reabilitação”, explicou.

Ineditismo no Estado

O cardiologista e coordenador da linha de cuidado cardiovascular do Huse, José Edvaldo Santos, reforçou o impacto do Tavi na rede pública. “A estenose aórtica é uma doença muito grave. A substituição da válvula é essencial para o controle da insuficiência cardíaca. O tratamento transcateter representa um avanço enorme porque torna possível tratar pacientes que não tinham indicação cirúrgica devido ao alto risco. É um benefício para o paciente e para toda a rede pública”, destacou.

O secretário de Estado da Saúde, Cláudio Mitidieri, ressaltou o caráter inovador do procedimento e a consolidação do Centro de Hemodinâmica como referência na saúde pública de Sergipe. “Mais de 1.000 procedimentos realizados no Centro de Hemodinâmica do Huse, onde estamos acompanhando uma troca de válvula chamada Tavi, a qual não precisa mais abrir o tórax do paciente, tudo é feito por cateterismo. Um procedimento inédito, mais uma vez realizado aqui no Centro Hemodinâmica do Huse, uma inovação na saúde pública do Estado de Sergipe. É um trabalho que consolida o serviço, considerado um marco para a saúde estadual, destacando-se na assistência pública de alta complexidade cardiovascular em Sergipe”, finalizou.

O serviço é gerenciado pela Fundação Bahiana de Cardiologia (FBC), com amplo conhecimento técnico e de gestão em cardiologia, sendo referência no setor.