Aracaju, 31 de outubro de 2025

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Capacitação discute rastreamento do câncer de mama e do colo do útero sob uma perspectiva inclusiva

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Capacitação discute rastreamento do câncer de mama e do colo do útero sob uma perspectiva inclusiva----30 de outubro 25

Quinta-Feira, 30 de Outubro de 2025 às 15:30:00

Formação busca qualificar profissionais da Atenção Primária com foco na equidade e no cuidado humanizado

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A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), realizou nesta quinta-feira, 30, a Capacitação de Profissionais da Saúde Pública do Estado de Sergipe, com foco no rastreamento do câncer de mama e do colo do útero sob uma perspectiva inclusiva. A iniciativa tem o objetivo de fortalecer a política de qualificação dos exames citopatológicos pelo Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), equipamento gerenciado pela SES, promovendo uma saúde mais humanizada e ampliando o acesso ao diagnóstico precoce.
 
A formação teve como público-alvo enfermeiros e enfermeiras da Atenção Primária à Saúde (APS) dos 75 municípios sergipanos. A expectativa é oferecer conhecimento para cerca de 750 profissionais, com carga horária de 16 horas, dividida em duas fases. A proposta é que os profissionais da rede pública atuem de forma padronizada, sensível e inclusiva, reconhecendo as diversidades e necessidades específicas de cada mulher.
 
O intuito da qualificação é melhorar a qualidade da coleta dos exames, a interpretação adequada dos resultados, além do encaminhamento correto para tratamento e acompanhamento oportuno das usuárias com resultados alterados. “Essa capacitação ajuda a reduzir desigualdades regionais e sociais, fortalece o vínculo com a Atenção Primária e promove uma saúde mais humanizada e equitativa, em conformidade com as políticas nacionais de controle do câncer e de atenção integral à saúde da mulher”, afirmou a coordenadora estadual dos Serviços Especializados, Maynara Franca.

A coordenadora de Redes da APS, Bianca Evangelista, destacou que a iniciativa é uma inovação para o estado, contribuindo para o fortalecimento da educação permanente, cada vez mais promovida pela SES. “A gente vem disseminando para os municípios esse fortalecimento da educação e saúde. Trabalhando o rastreamento do câncer de mama e do colo do útero, especialmente durante a campanha Outubro Rosa, que é o mês de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce dessas doenças”, enfatizou.
 
A coordenadora técnica do Programa de Fortalecimento da Rede de Inclusão Social e de Atenção à Saúde (Proredes), Kátia Valença, explicou que essa perspectiva inclusiva prioriza um atendimento sensível às diferenças de gênero, além de uma abordagem mais humanizada. “O propósito diferencial dessa capacitação de rastreamento e detecção precoce do câncer de mama e do colo do útero é considerar a diversidade e a inclusão de vulneráveis. Então, ela não só vai trabalhar o público que normalmente é atendido, mas vai incluir outros grupos, como mulheres trans com colo do útero, pessoas não binárias designadas ao nascer com útero e colo, populações vulneráveis ou com menor acesso aos serviços de saúde”, destacou.

Cuidado e prevenção

O câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres no Brasil e, junto ao câncer do colo do útero, está entre as principais causas de mortalidade feminina. Quando detectados precocemente, o tratamento é menos agressivo e com maiores chances de cura. A capacitação busca fortalecer a atenção integral, qualificar os profissionais e ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, promovendo um cuidado mais humanizado e inclusivo.
 
Para a referência técnica da Diretoria Operacional da Saúde (Dops), Isabela Vilar, o rastreamento tem como objetivo identificar alterações iniciais, antes do surgimento de sintomas, possibilitando um tratamento mais eficaz e com melhor prognóstico. “Além de atualizar os profissionais da atenção primária, o curso visa oferecer um acesso equitativo e a humanização do cuidado, contribuindo para que os profissionais atuem de forma padronizada, sensível e inclusiva”, ressaltou.
 
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o rastreamento do câncer de mama deve ser realizado por mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, com atenção especial aos casos de maior risco. Já o rastreamento do câncer do colo do útero é indicado para mulheres e pessoas com colo do útero entre 25 e 64 anos. A nova diretriz do Ministério da Saúde, publicada em 2025, recomenda o teste de DNA-HPV como método primário, mantendo o Papanicolau em locais onde o exame ainda não está disponível.
 
Conhecimento ampliado

Para a enfermeira Fabiane Menezes atua no município de Aracaju, momentos como esse são importantes para que os profissionais consigam oferecer uma melhor qualidade de assistência às pacientes. “Esse evento de hoje é fundamental para nós, enfermeiros, principalmente com relação ao rastreamento do colo do útero, que é uma das nossas maiores práticas. Falar sobre esse tema é muito importante para a gente estar sempre se atualizando com as novas diretrizes do SUS e do Ministério da Saúde. Sabemos que vem por aí uma mudança no rastreamento do câncer de colo, e eu fiquei muito empolgada em vir para conhecer o que há de novo”, relatou.

Presente no encontro, a enfermeira Karolinne Cavalcante, também atuante no município de Aracaju, reforçou que o tema é de suma importância para a ampliação do conhecimento sobre a saúde da mulher. “A capacitação é muito importante para a gente se atualizar. Esse é um tema que eu gosto muito de trabalhar. Como profissional da atenção primária, percebo  que o nosso maior público é o feminino. Por isso, é relevante alertar essas mulheres para duas doenças muito graves, destacando que em relação ao câncer de colo do útero, há prevenção e no câncer de mama, conseguimos detectar precocemente e aumentar as chances de cura”, explicou.