Tem forró no céu: passou para outro plano Clemilda, a alagoana mais sergipana do Brasil
Ana Lúcia presta sua homenagem à grande artista Clemilda
A deputada estadual Ana Lúcia manifestou seus sinceros votos de pesar à família e aos amigos da artista Clemilda Ferreira da Silva, que faleceu na madrugada da última terça-feira, 25. A parlamentar apresentou requerimento pelo ocorrido e ocupou o pequeno expediente da tribuna, na manhã desta quinta-feira, 27, para prestar sua homenagem a este ícone na música popular sergipana.
“Fica aqui o nosso abraço aos seus dois filhos, às suas noras, às suas netas. Perdemos uma grande artista, que era alagoana de nascimento e sergipana de coração e de produção cultural”, destacou Ana Lúcia.
Conhecida como a ‘Rainha do Forró’, Clemilda se consagrou como um dos maiores ícones da música sergipana. Ela tinha 50 anos de carreira, 40 discos gravados e seis CDs. Em sua carreira, Clemilda acumulou dois discos de ouro e dois de platina. Entre os maiores sucessos que retratam a cultura nordestina, na voz de Clemilda, estão ‘Prenda o Tadeu’ e ‘Forró Cheiroso’.
Desde julho, a cantora estava internada com complicações de saúde decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), sofrido em maio deste ano. “Nesta partida, Clemilda deixou sua marca, deixou sua contribuição cultural e o seu legado. Como mulher, ela estava a frente do seu tempo, e por isso sofreu preconceito, mas conseguiu ultrapassar as barreiras e deixou sua contribuição para o forró, para a música popular sergipana e brasileira”, frisou a parlamentar.
Assembleia Legislativa presta homenagem à cantora Clemilda
Foto: Maria Odília, da Agência Alese
Consternados com a morte da cantora Clemilda, ocorrida na madrugada desta quarta-feira, dia 26, os deputados fizeram um minuto de silêncio durante a sessão de hoje. Os parlamentares lamentaram o falecimento da artista que tanto ajudou a divulgar o nome do Estado além-fronteiras e a cultura sergipana. Clemilda estava com 78 anos.
Presidindo a sessão, o deputado Adelson Barreto (PTB) externou seus sentimentos pela morte da cantora, que era tão próxima, a ele e prestou sua solidariedade a toda família, na pessoa de seus filhos e netos, bem como aos amigos e demais artistas sergipanos. “Sergipe está de luto, pois perde esta grande artista, grande mulher que tanto difundiu a cultura do Estado”, declarou.
Em sua fala, o deputado Adelson Barreto lembrou que Clemilda vinha passando por um período longo de enfermidade e há alguns meses estava internada em um dos hospitais de Aracaju, mas ele sempre a visitava e acompanhava seu estado de saúde. “Clemilda dignificou a cultura de Sergipe com a sua música e levou o nome do Estado a várias partes do país, participando de programas de grandes emissoras de TV”.
O deputado João Daniel também registrou sua solidariedade a toda família da cantora Clemilda pela sua morte. Ele reconheceu a importância da artista para a cultura sergipana e lamentou a sua morte. “Deixamos aqui nossa solidariedade a toda família, em nome de seu filho Robertinho dos Oito Baixos. Sentimos orgulho em saber que essa guerreira alagoana, mas que fez carreira em Sergipe, deixou seu nome marcado na história do Brasil”, declarou.
João Daniel acrescentou que, além disso, Clemilda é conhecida em vários países da América Latina. E quando se fala em Sergipe as pessoas lembram do seu nome que ficou marcado na história popular de Sergipe”, disse. Na oportunidade, o deputado informou que vai apresentar uma indicação para que o governador Jackson Barreto possa dar o nome de Clemilda a uma das obras do Estado relacionadas à cultura, para que fique marcado para sempre na história de Sergipe para as futuras gerações.
Histórico
Clemilda Ferreira da Silva nasceu na cidade alagoana de São José da Lage, em setembro de 1936. Chegou a Sergipe acompanhando seu marido, o cantor Gerson Filho. Em terras sergipanas construiu sua carreira e sua família. Uma das maiores cantoras do gênero musical, Clemilda ficou conhecida como a “Rainha do Forró”. Gravou dezenas de discos e ganhou fama com músicas como “Prenda o Tadeu”, “Talco no salão” e “Forró cheiroso”, tendo ganhado dois discos de ouro e dois de platina na sua carreira musical.
Paralelo à carreira de cantora, Clemilda manteve por décadas os programas de rádio e TV “Forro no Asfalto” onde levava aos ouvintes e telespectadores o melhor do autêntico forró.
A cantora faleceu por falência múltipla dos órgãos na madrugada de hoje. Seu corpo está sendo velado no Osaf, Centro de Aracaju. O sepultamento acontece às 16 horas, no Cemitério São João Batista, na capital.