Taxistas andam com medo da ação dos marginais na capital e cada “corrida” pode ser a última da vida
Trabalhar com táxis em Aracaju, principalmente à noite e nos finais das festas é jogar na lotérica, porque se correr o bicho pega e se ficar é assaltado. Inúmeros são os taxistas assaltados e muitos nem procuram mais dar queixa, porque entendem que não adianta muita coisa e ficar vivo já é um grande lucro na corrida da vida.
José Ubiratan Santana queria ganhar um pouco mais durante os festejos juninos e terminou ficando sem a féria e ainda levou umas porradas e coronhadas do assaltante, que levou no Coqueiral.
Ubiratan pegou um casal e pensou que iria ganhar um dinheirinho extra, mas recebeu como prêmio a cabeça enfaixada e muitos pontos que não foram na loteria.
Com a camisa suja de sangue, resultado das agressões sofridas, durante o assalto no Coqueiral, zona norte de Aracaju
Ele pegou o casal na saída do Forró Caju e no Coqueiral o bandido mandou que entrasse numa rua deserta e que descesse do carro.
O bandido pediu o celular e todo o dinheiro que o taxista tinha ganho e mais o relógio e queria mais dinheiro.
Como Ubiratan estava com pouca grana apanhou muito e saiu sem nem querer o troco.
Ubiratan prestou queixa na Delegacia. Ele diz que ladrão não tem na cara que é bandido, mas o medo aumenta nas festas muito grande, quando os roubos se tornam constantes.
O vice-presidente do Sindicato dos Taxistas, Gerson Ferreira Silva, diz que são registrados oito crimes por noite em Aracaju contra taxistas, nas grandes festas, o dobro do que em períodos normais em todo Sergipe.
O sindicato orienta que os taxistas registrem os assaltos, mas a grande maioria não age desta forma, argumentando que não acredita mais na ação da polícia contra os bandidos.
Gerson diz que é importante dá queixa, para que a polícia possa agir mais na área das ocorrências.
Ele pede que o taxista ao passar pelo colega, cumprimente e observe se algo está errado.
Gerson disse que a sociedade apoia os taxistas na luta contra os bandidos.
Existem pessoas ruins e outras boas e nós temos que aprender a conviver com todas elas, afirma Gerson. (Por Cláudio Botafogo Messias)