Turismo

Rio Pomonga pode ser explorado como atração turística


Expedição repete trajeto feito por Dom Pedro II e analisa Rio Pomonha

Ambientalistas observam água, margens e atividades econômicas.
Relatório da excursão vai ser apresentado a órgãos de fiscalização.

Marina FonteneleDo G1 SE

Ativistas observam o Rio Pomonga na divisa entre a Barra dos Coqueiros e Santo Amaro (Foto: Marina Fontenele/G1)Ativistas observam o Rio Pomonga na divisa entre a Barra dos Coqueiros e Santo Amaro
(Foto: Marina Fontenele/G1)

Ambientalistas participaram de uma expedição nesta sexta-feira (16) e refizeram o percurso que Dom Pedro II fez exatamente há 155 anos. Com o objetivo de analisar a situação do Rio Pomonga, afluente do Rio Sergipe, o grupo de cerca de 50 pessoas vai gerar um relatório que servirá como ponto de partida para a criação de um fórum ambiental.

“Esta excursão técnica vai observa a ocupação das margens do rio, a qualidade da água, a presença de lixo, a existência de pesca predatória com redes, além do uso de viveiros e condições do mangue. Também queremos saber se os pescadores estão conseguindo sobreviver com o que o rio oferta”, explicou Luiz Carlos Souza, coordenador adjunto do Fórum Nacional do Comitê de Bacias Hidrográficas.

Embarcação conhecida como Tó-tó-tó faz o roteiro  (Foto: Marina Fontenele/G1)Embarcação conhecida como Tó-tó-tó faz o roteiro (Foto: Marina Fontenele/G1)

A embarcação tipo tó-tó-tó partiu do atracadouro do município da Barra dos Coqueiros e seguiu por 18 Km até o Porto Grande, no povoado Jatobá, na mesma cidade. Pesquisadores e ativistas de  Organizações Não-Governamentais (ONGs) querem fazer um trabalho de preservação das oito bacias hidrográficas do estado. “Já é notável a mudança nos manguezais, considerados berçários do mar, onde há muitas espécies. Por causa da carcinocultura já não encontramos camarões nativos nos manguezais porque as próprias substâncias utilizadas para criação em cativeiro acaba contaminando a água”, afirma.

Assoreamento em área de mangue é visivel  (Foto: Marina Fontenele/G1)Assoreamento às margens do rio é visivel
(Foto: Marina Fontenele/G1)

Segundo Mares, o assoreamento gerado com a retirada de areia às margens dos rios e a derrubada da vegetação mexe com a população porque diminui a profundidade da água. “O governo do Estado precisa fiscalizar, mas o que parece com essa omissão é que mais importa a produção do que a preservação”, afirma.

Segundo Lizaldo Vieira, membro do Movimento Popular Ecológico de Sergipe (Mopea), Dom Pedro II esteve no estado para conhecer o canal utilizado na época para o escoamento da produção de açúcar, farinha, couro, sal, coco e até para o transporte de escravos.

“O canal é formado pelos rios São Francisco, Japaratuba, Vaza Barriz, Sergipe, Piauí e Real era de extrema importância para a economia, mas atualmente é pouco usado. O passeio do roteiro histórico pode ser usado para o turismo ecológico e para despertar na população o desejo de cuidar do meio ambiente”, destaca Vieira. O relatório de expedição vai ser apresentado aos órgãos estaduais de proteção aos recursos naturais.