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O que o povo perdeu com Eduardo, Pedrinho e Rogério?


Antes que a memória esqueça dos três. É bom lembrar o que eles representaram para seus Estados.

Num só dia os sergipanos perderam dois Pedros: Valadares e Rogério. Dois expoentes de áreas diferentes, mas que tinham na aproximação com o povo seu principal mote.

Pedrinho Valadares, como era conhecido o simão-diense que foi deputado federal e secretário de Estado do Turismo, estava sempre rindo. Da mesma forma que o outro Pedro, o Rogério, também de município distante de Aracaju, lá da Estância.

Jovens e com muito para enfrentar na vida e que chocou a todos. No caso do deputado, foi um choque total, posto que estava sadio, vendendo saúde.

O cantor Rogério estava internado e os sergipanos rezavam por sua recuperação que, infelizmente, não aconteceu.

Filho de uma família numerosa, Rogério sempre quis ser cantor e fazia as suas cantorias, reunindo as crianças. Ele, normalmente, não esquecia as letras, mas os colegas sim.

Sempre atencioso com os mais velhos, Rogério dizia que um dia seria cantor e foi.

“Sergipe é o país do forró”, eternizou Rogério nos quatro cantos do Brasil, para que nunca mais os sergipanos esqueçam de ser alegres, contagiantes e que possam curtir nas suas músicas um tempo de criança, também, para sermos felizes.

Pedrinho Valadares, enquanto parlamentar federal, lutou e conseguiu impedir que a Petrobras fosse vendida a preço de banana, para as multinacionais.

Também brigou pelo primeiro emprego para os jovens. Foram tantas as propostas, enquanto parlamentar, que os sergipanos, infelizmente, não souberam aproveitar, deixando de renovar o seu mandato.

Na manhã da quarta-feira, que jamais será esquecida pelos sergipanos, ninguém queria acreditar que Rogério tinha nos deixado, até porque na noite do mesmo dia no Teatro Atheneu os amigos se reuniram para fazer um show em sua homenagem.

Baque maior foi quando as emissoras de televisão começaram a anunciar a queda do avião em que viajavam Pedrinho Valadares e o presidenciável Eduardo Campos, PSB, do qual era amigo e assessor.

Nas ruas de Aracaju e em todo Estado ninguém queria acreditar que as duas mortes ocorreram.

Pessoas telefonaram e exigiam que amigos dissessem que não. Outros ficaram aflitos e custaram a acreditar que perdemos os dois Pedros.

Os dois filhos de pessoas honestas e conceituadas, nunca tiveram contra si qualquer pecha de corrupção.

Pedrinho exerceu cargos com maestria e Rogério também se aventurou no serviço público, chegando a ser secretário municipal de Cultura no município de Areia Branca.

Às vezes, quem não conhecia Pedrinho Valadares não acreditava que ele era capaz de gerenciar a coisa pública, porque estava sempre rindo e apostando que conseguiria seus objetivos.

Se aventurou na vida empresarial, montou um posto de venda de combustível em Barra dos Coqueiros. Tinha o tino comercial, afinal, seu tio ex-prefeito de Simão Dias, Zé Valadares ou Zé Tragédia ou Zé Tabaréu, é comerciante.

A avó Caçula Valadares foi prefeita de Simão e o que dizer do tio senador Antônio Carlos Valadares que já exerceu vários cargos públicos, inclusive o de maior mandatário de Sergipe: governador.

O primo e filho do senador Valadares, é o deputado federal e leva o nome Valadares aos quatro cantos do País.

Simão Dias e Estância já nos deram vários políticos e artistas, alguns governadores e estes dois municípios, hoje, infelizmente, choram as perdas de filhos tão ilustres.

Alguns amigos de Pedro Rogério Cardoso Barbosa e de Pedrinho Valadares, ou simplesmente Rogério e Pedrinho, vão demorar muito para conseguir entender o que aconteceu.

O que perdemos? Muita coisa. Os amigos não terão mais o papo fácil e o sorriso maravilhoso de cada um.

Sergipe não terá mais alegria musical do menino traquino, cheio de graça e cantando e encantando, perseguindo seu sonho de vencer e vencer.

No outro lado, o Estado perde um lutador para que os jovens tivessem emprego e que a Petrobras nunca deixe de ser nossa.

O editorialista não consegue enxergar alguma coisa que aponte para a fatalidade a não ser que foi num dia 13 do mês do cachorro louco e que nos trouxe muitas tragédias, a exemplo do suicídio de Getúlio Dornelles Vargas.

Que mais pode nos acontecer neste mês de agosto? Que mais o Brasil pode esperar do que resta dos 31 dias deste mês horrível e que, por essa ironia do destino, tem a comemoração do Dia dos Pais.

Depois da perda da Copa do Mundo e quando nem nos refizemos dessa bagaceira, vem agora, duas mortes para os sergipanos e três para os brasileiros, uma vez que Rogério, Eduardo Campos e Pedrinho Valadares eram reconhecidos nacionalmente.

O que nos resta agora? Temos que seguir os exemplos bons deixados por Rogério e Pedrinho Valadares, para que possamos viver e reviver tudo que for de bom.

No próximo São João que se homenageie e até se coloque o nome da festa de País do Forró, vai ser o mínimo que podemos oferecer a este exemplo de menino, homem e passarinho cantante.

Quanto ao outro, toda vez que passar num posto da Petrobras, lembrem-se que ela é nossa, porque Monteiro Lobato e Pedrinho Valadares lutaram por esse patrimônio.

Por Cláudio Messias


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