Deus & Fé

MACEDO FILHO: ACONTECE, que a vida nos prega peça


Radialista, jornalista e advogado Macedo Filho vai para outro andar, levado por Deus

No dia de hoje, à tarde, fui surpreendido com a morte do companheiro Macedo (Oscar Macedo de Souza Filho). Ontem, no corre-corre da vida, de nada fui informado. Construí uma amizade sólida com Macedo. Ele ficava chateado, quando eu me recusava a almoçar ou jantar em sua casa, quando lá estávamos para digitar alguma petição.
Trabalhamos por anos na Assembleia Legislativa. Ele teve uma coluna no www.diariobrasileiro.com.br (em sua primeira versão) e no jornal impresso Diário Brasileiro. Por conta da liberdade que tinha para escrever, fomos processados algumas vezes, mas nos livramos. Eu era o diretor-responsável pelo jornal impresso e até hoje pelo portal www.diariobrasileiro.com.br
Desde que adoeceu que não nos encontramos. O colega Ivan Valença era o porta-voz, quem me informava sobre o estado de saúde de Macedo.
Estranhamente, eu não consigo visitar um amigo doente. Tenho uma sensação esquisita. Gosto de ver as pessoas com saúde.
Macedo Filho, quem conviveu com ele, sabe muito bem, que tinha qualidades e defeitos. Um dos defeitos era ser torcedor ferrenho do Corinthians. O jeito “truculento”, com uma voz de trovão, escondia uma pessoa doce e disposta a ajudar a qualquer um. Não ficou milionário como advogado, porque advogava por sacerdócio e ajudou muita gente.
Quando seu filho era bem criança, gordinho, eu brincava com ele, medindo a cintura. Era uma brincadeira sadia, mas ele cresceu e é um rapaz esbelto e bonito. Também torce pelo Corinthians.
Na minha cabeça estará sempre um “aiá-aiá” , como ele chamava a filha Iara e Marieta, como ele gostava de chamar a esposa Andréia.
Se eu gostasse de comer muito, hoje seria obeso, porque se tinha uma coisa que Macedo adorava, era que eu comesse bastante, quando estava em sua casa.
Edênia, do gabinete de Venâncio Fonseca foi quem me deu a notícia, por volta de uma hora da tarde. Depois Júlia, do Gabinete do deputado Vanderbal Marinho, que me pediu o endereço de Macedo, para mandar uma correspondência. Confesso que só caiu a ficha, quando encontrei com Luiz Ramalho numa agência do Banese e ele me falou do falecimento de Macedo. Até então, eu queria acreditar que era uma alucinação.
Macedo quase foi médico, mas abandonou o curso de Medicina, para se formar em Direito, mas o jornalismo e a radiofonia lhe davam prazer e por isso foi um ícone no rádio sergipano e na Bahia, onde também foi âncora de emissora de televisão.
A sua irreverência, sinceridade, lealdade aos seus princípios e patriotismo, entre outras qualidades, o tiraram da Petrobras e até bem pouco esperava ser anistiado, pela injustiça que os militares fizeram com ele.
O tamanho de Macedo era ainda bem menor do que a bondade do seu coração. Um homem grande e grande homem.
Na bancada da imprensa da Assembleia Legislativa os três primeiros lugares (a partir da entrada do plenário) sempre foram ocupados por Ivan Valença, Cláudio Messias e Macedo Filho. Ou Ivan Valença, Macedo Filho e Cláudio Messias. E agora?
Macedo, em alguns momentos da minha vida, conduziu a minha atuação profissional. Mesmo sendo contestador, eu gostava de me aconselhar com ele e sempre tirava boas notícias.
Participava, quase sempre, do bolão que ele fazia nos jogos da lotérica. Estou tentando escrever sobre Macedo Filho, mas não consigo e que cada um que conviveu com ele, que tenha sempre as suas qualidades e nos ouvidos aquele “vozeirão”. Não vou aqui escrever mais sobre as suas qualidades, porque muita gente vai dizer: agora que se foi, era um santo. A bondade de Macedo ficará sempre com aqueles que tiveram a sua ajuda e eu fui um deles. Não sou ingrato, porque nunca fui ao hospital. Eu não conseguia vê-lo num leito de hospital. Não fui levá-lo a última morada, porque quando fui informado, já foi bem depois.
Uma das coisas que deixava Macedo puto é a injustiça que fazem com “seo” Raimundo Luiz, que foi nosso colega de trabalho. Macedo tinha uma admiração incrível por Raimundo Luiz e sempre falava de Raimundo com um brilho bonito nos olhos e um tom muito sincero. Tenho certeza de que nem mesmo o Raimundo sabe o quanto Macedo gostava dele e o elogiava como profissional e pessoas que sempre ajudou a todos, principalmente os iniciantes, evitando que cometessem deslizes e fossem prejudicados. Isto porque os elogios sinceros e merecidos a Raimundo Luiz eram sempre ditos para mim.
Outro dia escreverei mais sobre os defeitos e qualidades de Macedo Filho. Hoje não dá mais, porque é cada coisa na vida. Mas é assim. Estamos aqui, onde tudo ACONTECE.Resultado de imagem para FOTO DE Oscar MACEDO de souza FILHO

Radialista Macedo Filho é enterrado nesta sexta-feira
Ele faleceu na quinta feira no hospital São Lucas
04/08/2017  09:50
Macedo Filho era servidor da Alese (foto: reproduzida do vídeo da TV Aperipê)

O radialista, jornalista e advogado Oscar Macedo Filho faleceu na última quinta, 3, por volta das 15h no Hospital São Lucas, onde estava internado desde o dia 13 de janeiro. O corpo foi velado no OSAF e o sepultamento ocorreu na manhã desta sexta-feira no cemitério da Cruz Vermelha.

Macedo Filho era radialista e fez história no rádio sergipano com trabalhos na Rádio Cultura AM, Rádio e TV Atalaia, Rádio Progresso de Lagarto, Rádio Liberdade AM, Rádio Educadora de Frei Paulo e há mais de 10 anos apresentava o boletim legislativo na Rádio Jornal AM. Também teve passagens marcantes em emissoras da Bahia e do Estado de São Paulo.

Ele faleceu aos 79 anos, deixando esposa, cinco filhos e quatro netos.